terça-feira, 17 de setembro de 2013

ESTAÇÕES DE TREM - DESTAQUE PARA OS EXEMPLOS DA ARQUITETURA DE FERRO E VIDRO.

No link abaixo iremos assistir a vários exemplos de arquitetura, obras para estação de embarque de passageiros de trem. O destaque fica por conta das estações de ferro, pós revolução industrial quando o modernismo ainda procurava seus contornos. Como forma, esses exemplos do século XIX e entrando pelo século XX, ainda são a expressão de uma tecnologia dos novos tempos cuja receita ou modelo teórico não havia. Nota-se a nova tecnologia da arquitetura de ferro misturando-se com construções clássicissistas ou eclética predominando. É de se destacar que na época, essas estações representavam um desafio á arquitetura, pois não havia programas elaborados e as ferrovias - novidades da revolução industrial - trouxeram ás cidades o problema a resolver. As discussões teóricas sobre essas construções são confusas e tendem, no geral, a valorizar projetos de engenheiros em função de que os arquitetos "teriam ficado de braços cruzados sem compreender as novas necessidades, materiais e tecnologias" e então os engenheiros, uma profissão tecnicista recente, é que tiveram que levar mãos ás obras, mas nosso mestre, professor Graeff, escreveu um livro fundamental e colocou as coisas nos devidos lugares. Em sua obra (GRAEFF, Edgar A. Arte e técnica na formação do arquiteto. São Paulo: Studio Nobel, 1995, 142 p.) ele contradiz, com maestria, "estrelas" reconhecidas como os críticos Giedion, Bruno Zevi, Benevolo e Mundford e mostra que esses mestres estavam enganados, que não foram os novos engenheiros tecnicistas, mas arquitetos, com dados irrefutáveis, examinando projeto a projeto, apontando que em todos os casos, inclusive no mais famoso, a "torre Eiffel" que idealizaram e criaram os projetos respectivos, com raríssimas exceções -  em alguns casos de pontes de ferro que foram pensadas e executas por empresários fundidores -  Ficou claro então pelo estudo de Graeff, que foram os projetos de ferro e vidro, sobretudo os das estações de trem, elaborados e assinados por arquitetos, formados ainda nas antigas escolas de Belas Artes e não os técnicos das novas instituições politécnicos que apareceram em fins de XIX e começo de XX. O assunto é fascinante e a obra citada de Graeff, além de esclarecedora, fala de uma época borbulhante e é indispensável para profissionais arquitetos e alunos de arquitetura para se rever conceitos e conhecer o tumulto de uma época de brilhos e experimentos face ás novas tecnologias possibilitadas pela indústria, um tempo de se repensar a arquitetura de ferro, que foi uma etapa histórica e marcou a  "passagem" de um tempo para outro, e por isso importante, sobretudo para as nossa tradições que contam com vários prédios de ferro do início do século XX. Os resultados construídos, no que pese a falta de rigor estilístico, não deixam de ser materialmente lindos edifícios cujos programas de necessidades foram inventados e acabaram atendendo à finalidade para a qual foram concebidos e construídos. A arquitetura de ferro guarda uma certa relação romântica com nossa cidade posto temos inúmeros exemplos bem conhecidos da população, como os chalés desmontados e remontados, da UFPA e outros, e os galpões da CDP que deram no belíssimo projeto de revitalização da Estação das Docas.

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=13ee16c4d9201c62&mt=application/vnd.ms-powerpoint&url=https://mail.google.com/mail/u/0/?ui%3D2%26ik%3D189a9741dc%26view%3Datt%26th%3D13ee16c4d9201c62%26attid%3D0.1%26disp%3Dsafe%26zw&sig=AHIEtbS3ZiyN-j_1Pr7JJxxOrwN8GyF2gA

domingo, 18 de agosto de 2013

"MIRADA: 5 Mulheres; 5 universos"". EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE LUIZA CAVALCANTE

Aconteceu em 18, próximo passado, o vernissage da exposição de Luiza Cavalcante, jovem fotógrafa que mora em Buenos Aires, no espaço da Galeria de Arte do MABEU/ CCBEU, com apresentação de Marisa Mokarzel e release de Jorge Eiró. A exposição permanece aberta ao público de segunda a sexta, de 13:30 às 19:30 e aos sábados, de 9h às 13h, até 14 de setembro próximo. Confira.

domingo, 28 de julho de 2013

TRABALHO E REENCONTRO NO FORUM LANDI

Velhos amigos, velhas histórias, o mais velho, é claro sou eu. Da esquerda para a direita: Ronaldo Moraes Rego, Jorge Eiró, eu e Haroldo Baleixe, em visita aos trabalhos de construção dos cenários da Ópera "Tosca", célebre obra de Puccini de 1900, com um libreto cheio de ação política, intrigas e delações fatídicas, e uma música maravilhosa só rivalizada, talvez, por Verdi na Itália. Comparações com as óperas de Mozart ou Wagner não são cabíveis, acho. Mais importante que a "visita técnica", no entanto, foi o reencontro que depois incorporou nosso querido e solitário Jaime Bibas. Ainda há bons momentos nesta terra.
Abaixo o belíssimo cartaz de lançamento do Festival de Ópera. É bom observar que nossa cidade cada vez mais se apresenta com trabalhos, propostas e "gostos" de alta qualidade.

terça-feira, 23 de julho de 2013

ARTHUR NOGUEIRA: o despontar de uma talento sereno

Arturzinho é cria da casa. Filho temporão dos amigos Paulo Elcídio e Marize, mas não por isso me dou ao trabalho de comentar. O garoto nasceu cantando e faz poemas como quem joga porrinha. Quem já o ouviu cantar, sabe do que estou falando. Além do mais, ele trabalha numa linha que inaugura uma nova corrente na MPB do Pará. Como santo de casa não faz milagre, Arthur se lança no Rio de Janeiro e cercado de gente da pesada. Vai que é tua Arturzinho !

ARTHUR NOGUEIRA. O despontar de um talento sóbrio e profundo.


Embora este espaço não se caracterize como agenda, estaremos sempre divulgando o que nos chegar às mãos de interesse cultural ou assunto destacável. Desta feita, contamos com a ajuda não autorizada da GloboNews e do nosso amigo Vasco Cavalcante, menos autorizado ainda, dono do site Cultura Pará, um arquivo já maduro e riquíssimo de assuntos ligados à cultura.
Quanto ao Arthur Nogueira, o Arturzinho é cria da casa. Filho temporão dos amigos Paulo Elcídio e Marize, mas não por isso me dou ao trabalho de comentar. O garoto nasceu cantando e faz poemas como quem joga porrinha. Quem já o ouviu cantar, sabe do que estou falando.





Cultura Pará criou a Agenda da Semana com o objetivo de publicar neste espaço os eventos artísticos de nossa região seguindo a mesma linha de trabalho proposta pelo site. Festas, eventos em bares e outras locações em que a arte não seja objeto prioritário, não serão contemplados.Os interessados em divulgar seus eventos, deverão enviar a programação até segunda-feira (às 19h) de cada semana. Esta agenda tem o apoio da Sol Informática.
 
DESTAQUE • 
DESTAQUE • DESTAQUE
— • STARTE BELÉM • —

Pedaços da exuberância cultural de Belém: veja as diferentes formas
de arte que vêm do Pará, em uma edição especial do Starte.
Globo Newes
(TV à Cabo)
Dia 23 e 30 de julho (terças), as 23h30 
— • ARTHUR NOGUEIRA • —
RIO - Antonio Cicero achou engraçado quando o adolescente de 15 anos parou à sua frente na fila de autógrafos, em Belém. O riso virou curiosidade quando o garoto começou a falar sobre o quanto admirava seu trabalho e o de Waly Salomão e sobre a forma como Adriana Calcanhotto transportava a poesia deles para a linguagem da canção. Cicero ficou curioso e pediu que ele esperasse para poderem conversar depois. Conversaram e deram ali o primeiro passo na direção da amizade que, dez anos depois, desemboca no compacto “Entremargens”, que aquele então adolescente, hoje o cantor e compositor Arthur Nogueira, lançou na internet (www.mostre.me/entremargens ) e que apresentou em dois shows no Oi Futuro Ipanema. “Antigo verão (Embarque para Citera)”, parceria da dupla, é uma das músicas do disco.

— Naquele dia, Cicero me deu o e-mail dele, mas não tive coragem para escrever — conta o artista paraense. — Um tempo depois, conheci por outros caminhos Marina Lima (irmã de Cicero), que ouviu minha música e me escreveu dizendo que tinha gostado. Conversamos, ela me encorajou a escrever para ele. Fiz isso, e acabamos criando uma relação forte por e-mail, até que em 2011 o convidei para um projeto em Belém. Ficamos muito próximos. E mais ainda quando vim morar no Rio no ano passado (agora ele vive em São Paulo).

Antigo verão” concentra diferentes aspectos da música de Nogueira. Sobre todos, sua vinculação a certa tradição da música brasileira, a das canções feitas por poetas — que passa por nomes como Cicero, Waly e Torquato Neto. A poesia está no centro de sua produção musical — não por acaso, Adriana Calcanhotto e seu álbum “A fábrica do poema” (1994) são referências centrais. Além de Cicero, ele tem parcerias com os poetas Dand Moreira. (que ao vê-lo no palco fez um poema que, musicado por Nogueira, se tornou “Preciso cantar”, a outra faixa do compacto) e Omar Salomão (que participou do show). O roteiro da noite inclui Vinicius de Moraes — patrono dessa tradição.

— O que me levou à música foi descobrir poetas que faziam canção. Me lembro de uma música que ouvia com meu tio (que deu a ele seu primeiro violão), “Três da madrugada”, de Torquato Neto (em parceria com Carlos Pinto), na voz de Gal. Em músicas como essa, havia algo mais. Eram os poetas, a poesia. As coisas de “Gal fatal”... Ou a “A fábrica do poema”, versos de Waly que Adriana musicou. Passei a buscar os livros de Waly em sebos, a pedir para amigos que viajavam.

Nogueira, porém, sabe que poema e letra são dois universos diferentes:
— O poema não precisa de uma melodia para existir, como a letra precisa. Mas Adriana, Caetano, Macalé conseguem tornar um poema uma canção que vai além dele. E divulgá-lo para um público enorme. Mas eu também tenho certo preconceito com a ideia de poema musicado, do “a música é boa porque é um poema do Drummond”.

Longe da nova cena paraense

Musicados em favor da canção, os versos de Cicero para “Antigo verão (Embarque para Citera)” se referem a verões iluminados que ele viveu no Rio nos anos 1970 (“Primeiro a praia, depois uma estreia/ Depois o baixo e finalmente a festa/ De madrugada, numa cobertura”) e que Nogueira viu espelhados na sua temporada carioca, que ele diz ser fundamental para a música que faz hoje — quando chegou ao Rio, o paraense já tinha experiência de palco (começou a cantar na noite aos 15) e um disco, “Mundano” (2009).

— No show canto “Roteiro turístico do Rio”, que fiz sobre poema de Waly, e que fala desse olhar sobre a cidade de quem vem de fora. E eu já tinha canções como “Lá”, que fala do Rio — diz Nogueira, que também escreve letras.

A distância física do Pará natal aparece também de forma simbólica no seu trabalho — calcado no caráter clássico da canção, longe de flertes com tecnobrega, guitarradas ou carimbós eletrificados que têm marcado a nova cena do estado. Uma música nem por isso menos interessada no contemporâneo, como deixa evidente a presença de Arthur Kunz (do Strobo, dupla de instrumental-rock-eletrônica, uma das boas novidades de lá) como produtor do compacto — que se desdobrará num CD de dez músicas até o fim do ano:


Aqui uma das faixas do compacto:
http://www.youtube.com/ watch?v=ygrXc6pHRfw

Leia mais sobre esse assunto em:
http://oglobo.globo.com/ cultura/ arthur-nogueira-renova-trad icao-dos-poetas-na-cancao- brasileira-9091526#ixzz2ZV xbY9mf

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domingo, 14 de julho de 2013

O HOMEM PRIMITIVO, ARTE, LINGUAGEM, EU E O SIMPLES.

Pintura rupestre. Data de 40 mil anos.
 O Homo  Sapiens de Neanderthal já
estava lá, desde 150 mil anosos
Faço arte. Nada demais. Um ofício como outro qualquer, como tem sido registrado na Arqueologia e na História. Arte, uma atividade do estado diligente que conecta inconsciente e consciente. Simples assim. No meu caso, artes plásticas, dentre tantas outras.
Arte é uma língua, um modo de expressão, um sistema de sinais que visa a comunicação, assim como a fala, tantas que são, embora diferentes, são essencialmente a mesma coisa.
Todos falam uma língua. Não sabem e nem precisam saber sobre ela, nem necessitam entender porque usam um cê cedilha no lugar do esse, ou um xis ao invés de cê agá. Não têm que explicar eventuais significados submersos  embutidos nessa língua. Nem por isso deixam de comunicar-se. Essa língua não se importa com o que o homem acha dela. Depois de inventada, ela se consolidou e se tornou autônoma.
Do troglodita aos homos sapiens
Por que então o artista, eu, no caso, deveria saber explicar a linguagem que uso na minha arte? Por que minha arte tem que ter um discurso prévio, uma idéia que a antecede, um manifesto de aprovação ou uma explicação teórica do que quero dizer com a arte que elaboro? Não. Não tenho que ter nada disso. Minha arte não deve explicações, é autônoma, uma língua que visa a comunicar-se e quem quiser compreendê-la, e para além do que ela mostra objetivamente, trate o interessado de traduzi-la; que vá estudá-la.

Estou certo que dentre os homens primitivos, apareceu o artista primeiro que os outros, e ele, o artista pré-histórico, foi também anterior ao aparecimento da arte. Na mesma linha, tenho a crença em que esse homem, o artista, elaborou linguagens artísticas antes mesmo de saber falar, assim como acabou falando, antes mesmo de inventar uma língua.